Carlos Col, CEO da Mais Brasil, empresa que opera a Nascar Brasil, explicou no CNN Esportes S/A deste domingo (23) como a categoria tem estruturado a formação de novos talentos brasileiros.
O dirigente ainda avaliou o cenário para jovens pilotos no exterior e comentou expectativas sobre nomes como Gabriel Bortoleto e Felipe Drugovich.
Col destacou o programa de revelação da Nascar, “Driver Development”.
A Nascar tem um um programa de revelação de novos talentos. E a gente fez este ano pela primeira vez um programa só com pilotos brasileiros, exclusivo para os pilotos brasileiros (…) Dois foram selecionados e vão ganhar algumas corridas gratuitamente para uma tentativa, uma introdução de carreira nos Estados Unidos, porque a Nascar americana gostaria muito de ver pilotos brasileiros chegando à Nascar Cup, a categoria principal.
O dirigente afirmou que o processo ainda está em fase inicial: “É muito recente. Nós iniciamos o programa agora, questão de dois meses atrás foi feita a primeira grande seletiva.”
Segundo o CEO, o projeto busca criar um caminho direto para os EUA.
“O que a Nascar está fazendo, a Nascar Brasil, é criar uma ponte não para a Europa, como sempre houve, em direção à Fórmula 1, mas uma ponte para os Estados Unidos e em direção à Nascar Cup, que é um outro uma outra direção de carreira muito interessante e também muito profissional. Os pilotos da Nascar Cup têm remuneração excepcionais. Então, estamos orgulhosos de poder estar construindo essa ponte”, refletiu.
Ele acrescentou que ainda não é possível apontar futuros nomes consolidados, mas reconheceu o desempenho de jovens destaques.
Então ainda é muito prematuro a gente indicar alguém ou vislumbrar alguns desses pilotos. Apesar que, os dois pilotos que foram escolhidos ali por essa seletiva demonstraram muito boa capacidade, impressionante. O Victor Andrade e o Alfredinho Ibiapina, dois grandes talentos. Eles têm potencial para crescer, mas ainda é prematuro, porque eles vão ter que provar isso nas pistas ainda lá nos Estados Unidos.
Futuro de Bortoleto
Ao discutir talentos no automobilismo internacional, Col comentou o momento de Gabriel Bortoleto na Fórmula 1.
“O Bortoleto foi campeão de Fórmula 3, foi campeão de Fórmula 2, de maneira irrefutável, tanto um título quanto o outro. É, sem dúvida nenhuma, um grande talento”, comentou.
Ele avaliou a temporada de estreia do piloto.
Primeiro ano na Fórmula 1, evidentemente, é um ano de aprendizado. Ele vem cumprindo esse aprendizado, vem evoluindo prova a prova, ele demonstra maturidade, que eu acho que é uma característica muito importante. É o equilíbrio emocional, a maturidade, a concentração, o foco. E isso ele tem de sobra.
Col também mencionou o papel da equipe no desenvolvimento do brasileiro.
“É claro que na construção de um piloto vencedor, existem outros componentes. A equipe trabalha junto. A equipe dá todo o apoio, não só técnico, mas o apoio emocional e obviamente todos nós sabemos que ele não está em um dos melhores carros da categoria. A Sauber ainda não é um carro competitivo, mas está sendo muito importante para o aprendizado e para o crescimento dele”, avaliou.
O CEO acredita que Bortoleto pode alcançar resultados consistentes a médio prazo.
Acredito que se não houver nenhum percalço externo na que influencia a carreira dele, ele vai ficar muitos anos na Fórmula 1 e poderá ser um vencedor.
Lugar certo, hora certa
Col ainda lembrou que a trajetória rumo à elite da modalidade nem sempre se concretiza, mesmo entre jovens bem avaliados.
Segundo o ex-piloto, Felipe Drugovich ainda aguarda a oportunidade de mostrar o talento no esporte.
Nós tivemos vários pilotos de muito talento e que nem sempre estiveram no lugar certo, na hora certa, como também acontece nesse momento, com o Felipe Drugovich, que é um talento enorme, uma capacidade enorme, mas não teve a sua chance ainda na Fórmula 1.
Carlos ressaltou que, além do lugar e da hora estarem em sincronia, o talento e a máquina devem estar equilibrados.
“As coisas são muito difíceis ali, depende de muitas coisas. Uma outra coisa também que não combina é carro bom com piloto ruim, carro ruim com piloto bom. Ou seja, precisa unir as duas coisas para ser vencedor”, explicou.
De toda forma, para o CEO, o Brasil pode ao menos ficar contente com a trajetória de Bortoleto e do automobilismo no país.
Para a felicidade de todos os brasileiros, o Bortoleto conseguiu um lugar, é muito talentoso, também muito dedicado. O Brasil tem sorte de ter tido na história muitos bons pilotos.
CNN Esportes S/A
Com Carlos Col, CEO da Nascar e ex-piloto de automobilismo, o CNN Esportes S/A chega à 118ª edição. Apresentado por João Vitor Xavier, o programa aborda os bastidores de um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o esporte.
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